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quarta-feira, 13 de março de 2013

Dia Nacional da Poesia _ 14 de Março






Poeta brasileiro homenageado com o dia da poesia

A poesia é a arte da linguagem humana, do gênero lírico, que expressa sentimento através do ritmo e da palavra cantada. Seus fins estéticos transformaram a forma usual da fala em recursos formais, através das rimas cadenciadas.
As poesias fazem adoração a alguém ou a algo, mas pode ser contextualizada dentro do gênero satírico também.
Existem três tipos de poesias: as existenciais, que retratam as experiências de vida, a morte, as angústias, a velhice e a solidão; as líricas, que trazem as emoções do autor; e a social, trazendo como temática principal as questões sociais e políticas.
A poesia ganhou um dia específico, sendo este criado em homenagem ao poeta brasileiro Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), no dia de seu nascimento, 14 de março.
Castro Alves ficou conhecido como o “poeta dos escravos”, pois lutou grandemente pela abolição da escravidão. Além disso, era um grande defensor do sistema republicano de governo, onde o povo elege seu presidente através do voto direto e secreto.
Sua indignação quanto ao preconceito racial ficou registrada na poesia “Navio Negreiro”, chegando a fazer um protesto contra a situação em que viviam os negros. Mas seu primeiro poema que retratava a escravidão foi “A Canção do Africano”, publicado em A Primavera.
Cursou direito na faculdade do Recife e teve grande participação na vida política da Faculdade, nas sociedades estudantis, onde desde cedo recebera calorosas saudações.
Castro Alves era um jovem bonito, esbelto, de pele clara, com uma voz marcante e forte. Sua beleza o fez conquistar a admiração dos homens, mas principalmente as paixões das mulheres, que puderam ser registradas em seus versos, considerados mais tarde como os poemas líricos mais lindos do Brasil.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola


AS DUAS FLORES 

São duas flores unidas
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo,no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.

Unidas, bem como as penas
das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.

Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.

Unidas... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!
Castro Alves




Vinícius de Moarais
A anunciação

Montevidéu
Virgem! filha minha 
De onde vens assim 
Tão suja de terra 
Cheirando a jasmim 
A saia com mancha 
De flor carmesim 
E os brincos da orelha 
Fazendo tlintlin? 
Minha mãe querida 
Venho do jardim 
Onde a olhar o céu 
Fui, adormeci. 
Quando despertei 
Cheirava a jasmim 
Que um anjo esfolhava 
Por cima de mim..


 Sua Antologia poética reúne a produção de um dos autores que mais influenciaram a cultura brasileira do século xx, tanto na literatura quanto na música popular. Relançamento exclusivo para o vestibular 2010, baseado na edição organizada pelo próprio Vinicius em 1960.





Paulo Leminski é um dos poetas brasileiros mais interessantes do seu tempo. Fez parte da geração de poetas marginais dos anos 70, surgida com o advento das revistas alternativas da distante Curitiba, de onde era natural. Foi parceiro dos irmãos Campos (Augusto e Haroldo), de Décio Pignatari, de Arnaldo Antunes, de Caetano Veloso, de Gilberto Gil… Amizades selectas. A sua obra assimilou elementos da primeira fase do Modernismo Brasileiro, como a coloquialidade e o bom-humor, do Concretismo e também da Poesia Oriental, que inspirou a criação de seus famosos Haicais, corruptela de Haikus, que eram poemas breves, lapidares, muitas vezes jogando com as palavras, criando trocadilhos, fazendo uso de ditados populares.


Mantinha relacionamento tanto com a vanguarda como com o mundo da MPB (escreveu letras de canções para o Caetano Veloso e para outros músicos de renome), com o objectivo de tornar a poesia uma expressão popular, universal.
Um homem com uma dor

um homem com uma dor 
é muito mais elegante 
caminha assim de lado 
como se chegasse atrasado 
andasse mais adiante 
carrega o peso da dor 
como se portasse medalhas 
uma coroa um milhão de dólares 
ou coisa que os valha 
ópios édens analgésicos 
não me toquem nessa dor 
ela é tudo que me sobra 
sofrer, vai ser minha última obra
Paulo Leminski







Um comentário:

Roseli disse...

Castro Alves, Vinicius de Moraes grandes poetas, adoro seus poemas amo de paixão. Belas escolha querida.
Boa noite querida e beijinhos para ti.