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domingo, 28 de agosto de 2011

Carrapato-estrela infesta parque em Ribeirão

Um parasita com menos de três centímetros de tamanho está aterrorizando a cidade de Ribeirão Preto, no interior paulista (313 quilômetros da capital).


Trata-se do carrapato-estrela, que se hospeda principalmente em capivaras e é responsável pela transmissão da febre maculosa, doença que, se não tratada, pode levar à morte em poucos dias.

A pessoa infectada pode desenvolver sintomas de 2 a 14 dias após a picada, mas os sintomas podem praticamente não existir ou serem muito fracos, o que dificulta o diagnóstico.

A cidade já registrou, em 2011, dois casos da doença, sendo um deles com morte do paciente.

O temor na cidade é tanto que o principal parque do município, o Maurílio Biagi, precisou ser fechado por um dia para que medidas de controle contra a praga fossem tomadas. Isso porque, prestes a completar um ano aberto, o parque está infestado de carrapatos-estrela.

Frequentadores

Três servidores públicos que trabalham no local, inclusive, já foram picados pelo parasita, mas não desenvolveram a moléstia.

O parque, um dos mais frequentados da cidade, é o escolhido da prefeita Dárcy Vera (DEM) para a maioria dos eventos realizados na cidade.

Segundo Carlos Henrique Toldo, chefe da divisão de parques e jardins da administração municipal, os carrapatos chegaram ao parque por meio das capivaras que vivem às margens do rio Ribeirão Preto e do córrego Laureano, que corta o Maurilio Biagi.

Ele considera, no entanto, que todos os esforços para resolver o problema estão sendo feitos. "O parque não tem infestação total, apenas uma área próxima ao córrego Laureano registra a presença das ninfas do carrapato-estrela", comentou, ressaltando que a área próxima às margens foram interditadas para evitar o contato do parasita com a população.

Já Layr Luchesi Junior, secretário da Casa Civil, informa que a prefeitura descartou, por enquanto, interditar o parque, mas nos locais de maior infestação foram colocadas faixas de segurança para que o público não entre nessas áreas.

Agora, a prefeitura estuda colocar cercas para impedir que as capivaras invadam o parque. "Colocamos uma serie de taludes para evitar que elas subam e se misturem com a vegetação do parque, impedindo, dessa forma, o contato com os parasitas", comenta.

Luchesi ressaltou ainda que a prefeitura também pretende colocar placas indicativas no parque alertando os frequentadores para que não entrem nas áreas onde há incidência do carrapato.

Vigilância

A administração municipal também deslocou um efetivo da Guarda Civil Municipal para impedir o avanço dos visitantes sobre as áreas de maior infestação dos carrapatos. Os locais, próximos ao córrego Laureano e algumas árvores, estão sinalizados com faixas zebradas. Outra medida será o fechamento do parque às segundas-feiras, dias da semana nas quais uma força tarefa municipal irá cortar a grama do parque e realizar uma limpeza completa com objetivo de eliminar os parasitas.

De acordo com Maria Luiza Santa Maria, diretora da vigilância epidemiológica da cidade, essas medidas são necessárias para combater o problema, mas é essencial que a população entende que o caso não é de emergência e que não há razão para pânico. "Estamos tratando do caso desde o final de abril e ressaltamos que não é nenhuma emergência. São medidas necessárias, mas não há nenhum surto da doença ou motivo para pânico", afirma.

Campus

O Parque Maurílio Biagi não é, porém, o único ponto preocupante quando o assunto é a presença de capivaras e carrapatos estrela. O campus da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão é, de longe, a área mais crítica em relação a esse tópico.

Com um lago que tem um quilômetro de comprimento, com largura de pelo menos 150 metros, a universidade abriga uma população que chega às centenas de capivaras.

Sem predadores naturais, os animais encontraram no lago o ambiente perfeito - e seguro - para sua reprodução. Tanto que há placas instaladas ao redor da lagoa alertando sobre a infestação de carrapatos e a existência de superpopulação de capivaras.

Hábitat

O coordenador do campus da USP, José Moacir Marin, afirmou que a lagoa é o hábitat de três grupos de capivaras e que os animais que visitam o Maurílio Biagi são, provavelmente, originários da área da USP.

Marin disse ainda que já foram detectados, no local, dois tipos de carrapatos que têm como hospedeiros, além das capivaras, os cavalos e os cães.

Por causa disso, foi proibida a permanência de cavalos no campus e os frequentadores receberam panfletos de orientação para não frequentar as áreas de maior incidência de carrapatos. Segundo o coordenador, houve registro de picadas, mas não da doença.

2.578 Ribeirão Preto

http://www.dci.com.br/Carrapato-estrela-infesta-parque-em-Ribeirao-8-387567.html

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